Endometriose é uma condição inflamatória crônica de origem multifatorial, acometendo cerca de 15 % das mulheres no período reprodutivo. Ocorre quando as células doentes, semelhantes ao tecido que reveste o útero por dentro, chamadas células endometriais, se encontram fora da cavidade uterina.
Trata-se de uma doença benigna, mas que tem a capacidade de invasão dos tecidos e, por isso, pode ser bastante dolorosa para a paciente, interferir na fertilidade e gerar outros desconfortos que comprometem a qualidade de vida da mulher. A endometriose é classificada em 3 tipos:
Os principais sintomas da endometriose são:
Observação: a intensidade da dor não está relacionada diretamente à gravidade da endometriose. Existem pacientes com endometriose que são assintomáticas, e apresentam apenas infertilidade, por exemplo.
Aliás, cerca de 40 a 60% das mulheres com infertilidade têm endometriose, muitas até desconhecem sua condição para endometriose.
O diagnóstico é clínico, através de uma consulta especializada, onde são valorizados sinais e sintomas pertinentes. Os exames de rastreamento são: ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e/ou ressonância magnética pélvica.
A abordagem terapêutica da paciente com endometriose é didaticamente dividida em 2, de acordo com a queixa da paciente:
As opções podem ser: analgésicos, anti-inflamatórios, terapia hormonal como pílulas anticoncepcionais, progestagênios, análogos de GNRH, dispositivo intra-uterino medicado, etc.
A primeira opção terapêutica desta mulher é a reprodução assistida, principalmente a FIV (fertilização in vitro) e não a cirurgia. As taxas de sucesso (gravidez) de uma mulher com endometriose e sem endometriose, através da FIV são as mesmas. A endometriose não aumenta a taxa de abortamento.
Quando indicada deve ter papel curativo, não sendo mais aceito, atualmente, a paciente ter várias intervenções cirúrgicas ao longo da vida reprodutiva e sim apenas uma cirurgia, de modo ideal.
Geralmente a cirurgia ocorre por falha do tratamento clínico ou em situações especiais.
Vale ressaltar que a cirurgia de endometriose em pacientes inférteis, pode até piorar o prognóstico reprodutivo caso haja abordagem cirúrgica em seus ovários, reduzindo assim a reserva ovariana. Ou seja, aumentando o risco de menopausa precoce.
Dr. Orlando Monteiro é especialista em reprodução assistida e ginecologia e menciona que a mulher portadora de endometriose engravidando, ganha duas vezes: o bebê, que é a realização do seu sonho, e também o tratamento de endometriose por consequência. Isto é possível, já que a modulação hormonal da gravidez e lactação estabilizam ou “combatem “a endometriose. Portanto ela, mulher, é agraciada 2 vezes com o tratamento de reprodução assistida.
Graduação médica, residência e mestrado pela UNESP. Especialista em Reprodução Assistida, Ginecologia, Obstetrícia e Ultrassonografia Geral. Habilitação em laparoscopia e histeroscopia pela Febrasgo. Experiência de mais de 25 anos na área.
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