A mulher experimenta, em média, 400 menstruações durante sua vida, sendo o ciclo padrão de 28 dias (podendo variar, dentro da normalidade, entre 24 a 35 dias). A duração desse período geralmente é de 2 a 7 dias, esperando-se uma perda sanguínea de 30 a 80 ml.
O sangramento uterino anormal acomete 22% das mulheres que menstruam, determinando uma piora na qualidade de vida, com impacto sobre o relacionamento conjugal, as atividades profissionais (com prejuízo financeiro) e, em situações mais graves, oferecendo até risco de morte.
As causas do sangramento uterino anormal são, entre outras: complicações de uma gravidez inicial; alteração hormonal; coagulopatias; alterações anatômicas (miomas, pólipos endometriais e cervicais, adenomiose); infecções (endometrite, cervicite) e neoplasias (hiperplasia endometrial, câncer de endométrio, de colo uterino e de ovário).
A investigação etiológica, além da história clínica e exame físico, contempla exames: hematológicos (teste de gravidez, hemograma/coagulograma, perfil hormonal); ultrassonografia; ressonância magnética; vídeo-histeroscopia.
O tratamento é individualizado e leva em consideração, além da causa do sangramento anormal, principalmente a idade da paciente e seu futuro reprodutivo.
Algumas opções são:
Terapia medicamentosa: hormônios, anti-inflamatórios, antifibrinolíticos e DIU medicado;Ablação do endométrio pela vídeo-histeroscopia (alta taxa de sucesso, realizada em nível de hospital-dia, com retorno da paciente às suas atividades de rotina em aproximadamente 24 horas);Histerectomia (retirada do útero), podendo ser de abordagem abdominal, vaginal ou vídeo-laparoscópica. Estes dois últimos acessos apresentam melhor recuperação pós-operatória.Por Dr. Orlando Monteiro Jr.
(CRM/SP 73.806 – CRM/MS 3.256 – TEGO 568/95)