Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)

A SOP é um distúrbio endócrino heterogêneo e complexo, com prevalência estimada entre 5% a 10% das mulheres em idade reprodutiva.
Representa a principal causa de hiperandrogenismo (hirsutismo, acne, seborréia e alopécia) e oligoanovulação (atrasos menstruais), sendo comum a associação com distúrbios metabólicos como obesidade (50% das pacientes), resistência à insulina (50 a 70% das pacientes), diabetes mellitus (risco duas vezes mais elevado), hipertensão arterial sistêmica (risco duas vezes mais elevado), síndrome metabólica (duas a quatro vezes mais prevalente) e dislipidemia. O risco de câncer de endométrio também está aumentado.
O diagnóstico da SOP é baseado nos critérios de Roterdã, que avaliam o perfil menstrual, sinais clínicos e/ou bioquímicos de hiperandrogenismo e ovários micro policísticos à ultrassonografia.
Na abordagem dessa síndrome deve se levar em conta que trata-se de doença crônica de etiologia não conhecida totalmente e sem cura definitiva.
A terapêutica é baseada em:
– Melhora dos hábitos de vida com exercícios físicos, dieta e perda de peso.
– Tratamento da irregularidade menstrual e hiperandrogenismo com uso, por exemplo, de anticoncepcionais hormonais e drogas antiandrogênicas. Técnicas dermatológicas, como laser, podem ser necessárias na abordagem dos pelos em excesso (hirsutismo).
– Quando o desejo é engravidar, mulheres com menos de 35 anos de idade, pode se liberar a tentativa de concepção espontânea por 06 meses. Após 35 anos ou depois de 06 meses de tentativa, procede-se a investigação mínima (permeabilidade das trompas e espermograma) para induzir a ovulação. São drogas utilizadas para este fim: citrato de clomifeno, letrozol e gonadotrofinas. O Drilling ovariano através da vídeo-laparoscopia é uma outra alternativa em casos selecionados.
E, por fim, a Fertilização In Vitro (FIV) fica como opção para os casos que falharam com os tratamentos de baixa complexidade, ou apresentaram mais fatores de infertilidade associados, ou também para pacientes com idade avançada. Por Dr. Orlando Monteiro Jr.
(CRM/SP 73.806 – CRM/MS 3.256 – TEGO 568/95)

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