Com o objetivo de visualizar diretamente a cavidade de órgão vivo, em 1805, o alemão Philipp Bozzini, considerado o precursor da endoscopia, desenvolveu um instrumento que veio contribuir para a evolução do atual exame de vídeo-histeroscopia.
De lá pra cá, com o avanço tecnológico, a vídeo-histeroscopia passou a conquistar lugar de destaque entre os métodos mais eficientes na investigação clínica de rotina ginecológica.
As principais indicações da vídeo-histeroscopia são: avaliação do sangramento uterino anormal (menstruação irregular) e investigação do fator uterino na infertilidade. Com o uso rotineiro da ultrassonografia transvaginal na prática ginecológica, são muitas as mulheres assintomáticas que são candidatas à realização do exame por apresentarem alterações da cavidade uterina, como: pólipos endometriais, miomas submucosos, líquido na cavidade uterina, sinéquias (aderências), avaliação do DIU, etc.
Além da missão diagnóstica, pois se vê realmente a cavidade uterina ao vivo e a cores, pode-se fazer biópsias e procedimentos mais amplos que podem substituir a curetagem uterina e, muitas vezes, uma cirurgia maior, como a histerectomia (extração do útero).
A ablação endometrial (procedimento cirúrgico com o uso da vídeo-histeroscopia) é uma alternativa terapêutica para pacientes com alterações menstruais (hemorragias) provocadas por lesões benignas, rebeldes ao tratamento clínico. Tem como perfil o baixo custo e a rápida recuperação, pois não há cortes, sendo que a paciente já pode retornar às suas atividades profissionais no dia seguinte ao procedimento.
O sucesso da cirurgia com o uso da vídeo-histeroscopia (a normalização da menstruação ou ausência da mesma) está relacionado à indicação precisa do caso, habilidade do cirurgião e instrumental adequado.
Por Dr. Orlando Monteiro Jr.
(CRM/SP 73.806 – CRM/MS 3.256 – TEGO 568/95)